sábado, 30 de março de 2013

Os 7 Milagres da Paixão de Jesus

Introdução
Os discípulos testemunharam muitos milagres - mais do que eles poderiam incluir nos relatos dos evangelhos. O evangelista João descreve “Jesus fez diante dos discípulos muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele”. (Jo 20. 30,31) Estas palavras nos ensinam que os milagres de Jesus não foram apenas atos aleatórios. Os milagres são sinais que testemunhavam que de fato Jesus era o Filho de Deus, o Salvador de todos nós.
Nesta sexta-feira santa, vamos refletir sobre sete milagres que aconteceram durante o dia de sua crucificação.
Hoje nós medimos os dias a partir da meia-noite.  Os judeus do primeiro século mediam seus dias a partir do pôr do sol. Então, vamos começar com um milagre que Jesus fez na noite antes de sua crucificação.

Primeiro Milagre: João 18.6   “Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram no chão”
Judas, o traidor sabia que Jesus estaria sozinho com seus discípulos no Jardim do Getsêmani. Então levou os soldados até lá para prender Jesus.
Jesus sabia de tudo o que lhe ia acontecer. Por isso caminhou na direção deles e perguntou: — Quem é que vocês estão procurando?    — Jesus de Nazaré! — responderam. E quando Jesus disse “Sou eu”, eles recuaram e caíram no chão.
O nosso texto deixa claro que até mesmo Judas caiu. Este primeiro milagre nos lembra que não há poder que poderia forçar Jesus a morrer na cruz. Jesus tinha todo o poder e autoridade para parar os acontecimentos daquele dia, a qualquer momento. Havia muitas maneiras de Jesus evitar a cruz, mas Ele não fez. Ele foi voluntariamente à Cruz.

Milagre 2: João 18.10 ; Lucas 22. 51 -  Pedro corta a orelha de Malco, o soldado. E Jesus cura.
Simão Pedro achava que poderia lutar pelo Senhor. Ele estava pronto para lutar contra o grupo de soldados que vieram para prender Jesus. Pedro então, tentando matar um soldado, cortar a orelha dele. Jesus pede para Pedro guardar a espada e Lucas registra que Jesus tocando a orelha do soldado o curou. Neste ato vemos o amor de Jesus e o que significa para Jesus amar seu inimigo.
Jesus mostrou misericórdia para aqueles que vieram prendê-lo. Este milagre nos diz muita coisa, principalmente sobre o perdão dos pecados. Jesus sempre irá nos perdoar.

Milagre 3: Lucas 23. 39-43 – Os dois malfeitores na cruz – A Graça de Deus.
O Espírito Santo é tão generoso em criar a fé que às vezes nos esquecemos de que a fé é um milagre. Às vezes esquecemos que se não tivéssemos recebido de Deus a fé em Jesus todos nós estaríamos mortos e condenados.
O terceiro milagre, temos na cruz ao lado de Cristo. O Espírito Santo operou o milagre da fé em um dos criminosos. O criminoso entendeu que ele não merecia nada do Senhor, que estava sendo condenado justamente, mas Jesus não. Então ele pediu ao Senhor que se lembrasse dele.
Ao confessar seus erros e confiar em Jesus este malfeitor acabava de conhecer a graça de Deus, e naquele momento ouviu as mais confortadoras palavras: Hoje mesmo você estará comigo no paraíso.

Milagre 4: Marcos 15:33-36 - Jesus suportou o abandono na cruz.
Jesus não só sofreu o castigo de Deus por nossos pecados. Mas suportou o abandono de Deus. Nenhum ser humano pode ao menos entender o horror e a dor que Jesus experimentou naquele momento. Tudo o que podemos dizer é que a dor física e o sofrimento da crucificação era pouco, quando comparado com o abandono de Deus que Jesus experimentou na cruz por nós.
Jesus pagou por todos os pecados, uma vez por todas. Ele pagou pelos pecados atuais e originais de todas as pessoas. Não é de se admirar que o próprio sol se recusou a brilhar sobre o horror dos horrores?

Milagre 5: João 19:28-30 - Tetélestai – Está consumado
A obra de Jesus na cruz foi uma batalha. Esta batalha não aconteceu apenas na cruz ou durante o ministério de Jesus, mas começou muito antes. Tudo começou antes de Jesus nascer.
A batalha passou pelo Éden. Lá, Adão e Eva pecaram, pela primeira vez. E pela primeira vez Deus fez a promessa de que enviaria o salvador.
A batalha passou pela Arca que salvou Noé e sua família. Deus fez outra promessa de salvação, que nunca mais enviaria outro dilúvio.
A batalha passou por Abraão, que ofereceu o seu único filho, Isaque. Sacrifício que apontaria para o sacrifício de Jesus.
A batalha passou por José. Seus irmãos o venderam como escravo, mas Deus o usou para salvar a família da fome.
A batalha passou por Moisés. Deus o usou para levar Israel do Egito para a Terra Prometida.
A batalha passou por Davi. Deus o usou para fazer de Israel uma grande nação.
E quando Jesus disse: Tetélestai "Está consumado". Ele estava dizendo que ele terminou a batalha que passou por toda a história deste mundo pecaminoso.
Satanás começou a batalha no Éden, mas Jesus terminou a batalha na cruz. A palavra, "Tudo está consumado", é um grito de triunfo. A Batalha foi vencida. A divida pelo pecado foi paga.
A palavra da cruz, "Está consumado", é um conforto para nós. Isso significa que o terror do pecado, a morte e Satanás não tem poder sobre nós. A vitória de Jesus é a nossa vitória.

Milagre 6: Mateus 27. 51-53
A Bíblia frequentemente nos lembra que por causa de nossos pecados estamos separados de Deus. Um dos maiores sinais de tal separação era o véu do templo. A cortina separava duas salas principais no templo. Esta separação significava que as pessoas não tinham acesso a uma sala chamada Santo dos Santos, onde estava Deus. Somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, passando pela cortina, e apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação com o sangue de um touro ou de carneiro que tinha sido sacrificado (Lv 16).
O momento em que Cristo morreu, toda a separação chegou ao fim. O rompimento do véu do templo, os terremotos, as tumbas abertas, e as ressurreições eram todos os sinais milagrosos de boas-vindas do Pai celeste - o de boas-vindas que vem a nós através de Jesus Cristo, Seu Filho, que derramou Seu sangue por nós no Calvário. Através da fé operada em nós pelo Espírito Santo, temos acesso à vida eterna.

Milagre 7: Marcos 15. 39  A fé no centurião
Ao longo de todos estes acontecimentos e palavras, o Espírito Santo estava agindo. Nós vemos o fruto desse trabalho na confissão do centurião:  De fato este homem era o filho de Deus.
Essa fé salvadora é um milagre. Foi um milagre no ladrão. Foi um milagre no centurião. É um milagre em nós.

Conclusão
Todos estes milagres demonstram o tamanho do amor que Deus tem por nós. Foi por causa deste amor que o apóstolo Pedro escreveu: “Pois o próprio Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados, um homem bom em favor dos maus, para levar vocês a Deus” 1 Pe 3. 18
Alegremo-nos com estes milagres. Eles foram feitos por nós. Confiemos em Jesus e renovemos a cada dia a certeza de que seu amor por nós é imenso. Um dia nós estaremos com Jesus no céu e lá vamos poder agradecer por tudo o que Ele passou e sofreu, para que nós tivéssemos o perdão, a salvação e a vida eterna. Amém.

Pastor Marlus Seling

quarta-feira, 27 de março de 2013

Bode expiatório


Dias atrás um norte-americano saiu da prisão onde penou 23 anos por um crime que não cometeu. Ele foi o "bode expiatório" num tribunal que precisava do culpado para satisfazer a justiça que o povo exigia. A Sexta-feira Santa tem uma história parecida. Uma turba de judeus fanáticos influencia o tribunal romano e Pilatos lava as mãos. Mas Jesus não foi apenas o bode expiatório numa questão jurídica da época. Na verdade, Jesus desempenhou o sentido exclusivo do termo. Para entender, havia uma cerimônia no Antigo Testamento onde um bode era colocado diante do sacerdote, e com as mãos sobre a cabeça do animal, ele confessava os pecados dele e os do povo para depois o bode ser abandonado no deserto (Levíticos 16.2-22). Nas páginas do Novo Testamento o apóstolo explica o sentido disto: “Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados” (2 Coríntios 5.21). Também esclarece que estas cerimônias eram apenas “sombras” mas agora “a realidade é Cristo” (Colossenses 2.17).

O perigo de fazer justiça, custe o que custar, pode levar à própria injustiça. Por exemplo, todo o cuidado é pouco na busca dos culpados pelas vítimas no incêndio em Santa Maria. Logicamente é preciso encontrar os culpados. Mas, e quem vai pagar na conta divina pelos erros e falhas que eu faço? Quem vai expiar os pecados cometidos diariamente por mim, iniquidades contra Deus e contra o próximo? A lógica me diz que ninguém, a não ser eu mesmo, deve pagar pelos erros cometidos por mim. Caso contrário, há injustiça. Mas aí surge o bode expiatório: Jesus pendurado na cruz. Diz a Bíblia: "Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz" (Colossenses 2.14). De fato, isto não tem lógica nem justiça. Mas isto a própria Bíblia reconhece, que "a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura". Podemos então concluir que a maior de todas as injustiça é rejeitar a absolvição oferecida pelo sacrifício do Filho de Deus na cruz.

Pastor Marcos Schmidt

quarta-feira, 13 de março de 2013

O Papa não é a Pedra Fundamental


Várias denominações cristãs tem caído no erro de personalizar a Igreja, fundamentando-a na figura de um personagem, um erro que oculta o nome de Jesus, semeia vaidades, guerras por poder e muitas outras coisas condenadas por Jesus.

Não há problema em reconhecer o Papa como líder da Igreja Católica Romana. Liderança é necessária! Nesse sentido desejo que Deus abençoe o homem que for escolhido para essa função, e que ele possa servir e anunciar o nome de Jesus como Salvador.

No entanto, dizer que o papa é sucessor de Pedro e que foi sobre esse discípulo que Jesus edificou sua Igreja é um grande erro gramatical e consequentemente doutrinário.

No texto de Mt 16.13-20 lemos que Jesus refere-se a uma “Pedra” sobre a qual edificaria a sua Igreja. Que Pedra é essa? Uma leitura rápida do texto dá a impressão de ser Pedro, como dizem os católicos, porém, a Pedra que o texto menciona é a resposta que Pedro deu ao afirmar que Jesus era o Cristo Salvador. Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo (v.16)”. Na língua grega, o pronome demonstrativo do v.18, se refere claramente a frase de Pedro do v.18, e não a sua pessoa.

Em outro momento Jesus afirma que aqueles que negam e não confiam nele como “o Cristo”, estão rejeitando a Pedra Angular (Mt 21.42).

Jesus e todos os apóstolos ensinam que o firme fundamento da Igreja é a Palavra de Deus e não seres humanos. O próprio Pedro cita Isaias ao dizer que o ser humano é como uma erva do campo, e a sua glória como a flor dessa erva, mas que a erva seca e a flor cai. Apenas a Palavra de Deus dura para sempre (1 Pe 1.24-25).

Pedro jamais se considerou a Pedra Fundamental da Igreja! Ele sabia o seu lugar. Era apenas um líder, servo de Cristo.

Sendo assim, a Igreja não deve estar personalizada em um pastor, bispo, cardeal ou papa. Esse erro, como disse no princípio, é recorrente em várias denominações, como se fosse a igreja do pastor “x” ou do bispo “y”, e não de Jesus. Esse erro já era manifesto na época dos apóstolos. Foi aos coríntios que Paulo teve de criticar aqueles que ficavam dizendo: “Eu sou de Paulo! Eu sou de Apolo! Eu de Pedro!” Por acaso Pedro ou Paulo foram crucificados por vocês? Por acaso algum apóstolo ressuscitou por nós? Paulo insiste em que no máximo um plantou e outro colheu, mas a semente é a Palavra, que anuncia Jesus como o Cristo Salvador. (1 Co 1.12-13). Que o novo Papa e que cada um de nós sejamos meros semeadores, desta Poderosa Semente.

Que sejamos pedras vivas, sobre a Pedra Angular, a Rocha Eterna, que é Jesus, revelado em sua eterna Palavra; pois Jesus de uma maneira bem prática ensinou que os que ouvem os seus ensinamentos (Palavra) e os praticam, são como um homem sábio que construiu sua casa sobre a Rocha! (Mt 7.24-27).

Pastor Ismar Pinz - Ismarpinz@yahoo.com.br
Comunidade Luterana Cristo Redentor
Três Vendas, Pelotas, RS

sexta-feira, 8 de março de 2013

Reflita!


Ouvindo esta bela canção do compositor luterano Johann Pachelbel, percebemos que novos instrumentos acabam se juntando na execução desta música. São diversos instrumentos que suavemente executam esta bela canção. São instrumentos diferentes que em momentos diferentes se juntam para encantar nossos ouvidos. É como se nos convidassem para um passeio, que a cada passo dado, uma nova surpresa é apresentada e quando nos damos conta, já estamos envolvidos pelo encanto de estar no meio de um belo jardim.
Instrumentos, notas, tons diferentes, mas há algo que não muda. Ao fundo ouvimos um instrumento que não muda seu jeito de tocar, nem o tempo de execução. Ouvimos um dedilhado que podemos contar, pois sempre repete 1,2,3,4 (Tente contar mentalmente). Não precisamos ser músicos para perceber a diversidade de instrumentos aqui utilizados e a preocupação de manter o ritmo através do compasso ... 1,2,3,4.
Pois bem, será que na vida não é assim também? Muitas oportunidades nos são postas, em momentos diferentes e de maneira diferente. Mas como não perder o compasso da vida? Como não se iludir com o “instrumento” novo? Como não perder o foco? Como não desafinar diante de cada novo desafio?
A resposta é uma só: Não desafinamos, não perdemos o foco, não estragamos o executar da vida, quando em todos os momentos, a segurança estiver em Jesus Cristo, nosso salvador. É ele quem nos dá a oportunidade de avançar, recuar, acelerar, abaixar, diminuir, retornar e mudar os planos. Pois sempre que alguma mudança precisa ser realizada, ouviremos sua doce voz de consolo, amparo trazendo a certeza de que ele continuará nos conduzindo. E mesmo quando um instrumento tocar só as últimas notas da canção, perceberemos que as mesmas foram executadas no tempo certo. Pois, por ser Jesus Cristo condutor da nossa vida, o regente da canção, perceberemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8.28). E mais, percebemos que nada poderá nos afastar do amor de Cristo.
Comece esta semana nesta certeza, Jesus lhe dará liberdade para executar a sua canção e ficará apenas ao fundo lhe protegendo e lhe ensinando para que você não desafine. E se por acaso desafinar, o tocar de Deus lhe trará de volta, sem você perder o encanto da sua canção. E não esqueça, a beleza desta obra é executa-la na companhia de mais pessoas. É permitir que diferentes instrumentos enfeitem o doce e suave executar de Deus.
Carlos Kracke
Pastor da Congregação E. Luterana “Bom Pastor” de Blumenau

terça-feira, 5 de março de 2013

O Papa e a Igreja Cristã



Nestes últimos dias temos ouvido falar muito na eleição do novo papa. Será que ele tem algum poder sobre a igreja cristã?

Acompanhe abaixo uma breve reflexão do Pastor Marcos.


O Poder na Igreja

 A surpreendente renúncia do Papa trouxe à tona a antiga discussão sobre o poder na igreja cristã - uma controvérsia deflagrada já entre os discípulos quando perguntam a Jesus: "quem de nós é o mais importante" (Lucas 9.46). O mais humilde é o mais importante, responde o Senhor. Humildade foi a palavra mais usada à atitude de Ratzinger ao abdicar da condição papal. No entanto, nem a Bíblia nem a história do cristianismo encobrem uma igreja humana, imperfeita, construída por pessoas que sempre caíram na tentação do inverso, a soberba. E o maior pecado sempre foi querer esconder o pecado e aparentar santidade. Isto nem Deus nem os de fora perdoam. Mas então, por que a igreja é chamada de "santa"? O entendimento de santo é confuso e diferenciado. A Bíblia, porém, atribui santidade aos cristãos, que são a igreja (Efésios 4.12). Por mais complexo que possa ser, aquele que tem fé em Cristo é completamente perfeito através da natureza divina que está nele, e ao mesmo tempo completamente pecador na sua condição natural. O apóstolo Paulo explica isto no capítulo 7 de Romanos ao expor sua própria experiência. 

Infelizmente a igreja hoje mostra mais o seu lado humano, tanto no mundo evangélico como no católico. São os escândalos que Jesus condena veemente ao dizer: melhor pendurar uma pedra no pescoço e ser jogado no mar (Mateus 18.6). Graças a Deus, esta igreja humana e dividida ainda é o "um só corpo, um só Espírito, uma só esperança" (Efésios 4.4) onde Cristo é a cabeça. Cabe lembrar que "igreja" no grego bíblico é ekklesia -ek "para fora" e klesia "chamados" - para fora da realidade do mundo. Ou seja, o cristão é convocado para um absurdo: no lugar de ser o mais importante, ser o cara, ele é convocado para bem longe de tudo isto. Por isto, apesar dos desacordos entre as denominações cristãs sobre poder na igreja, que o Senhor Jesus ilumine os seus seguidores para que sejam luz e sal da Terra.

Pastor Marcos Schmidt