quarta-feira, 4 de maio de 2011

Mundo melhor?


Que “o mundo é um lugar melhor por causa da morte de Bin Laden”, isto todos sabem que é engano. O próprio presidente dos EUA neste pronunciamento lembrou que a Al-Qaeda continuará com os seus ataques, e ordenou reforçar a segurança. São palavras de efeito moral para uma nação traumatizada com o 11 de setembro. Mas, só existe um jeito para o mundo melhorar. E não é através da inteligência americana, ou por armas e operações secretas.

Se o mundo ficasse melhor por guerras e eliminando os maus, ele já seria um pedaço do paraíso. Desde os ataques de 2001, os EUA gastaram 1 trilhão de dólares contra o terrorismo, sem contar que metade dos gastos mundiais em armamentos é deles. O planeta investe cada vez mais em armas, enquanto que a pobreza, a fome e a violência aumentam. Ironicamente, destruir a vida humana sai muito mais caro que mantê-la. Por isto, se no lugar de bombas, os aviões jogassem comida, e em vez de tiros, disparassem palavras de paz, com certeza tudo seria diferente.

Mas isto está longe da natureza humana. Resta agora a vingança dos seguidores de Bin Laden, e o caminho da justiça terrena trilhará seu trajeto de expansão. Até quando? Até a paz definitiva daquele, que disse:  “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. Mas eu lhes digo: não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também... Se um dos soldados estrangeiros forçá-lo a carregar uma carga um quilômetro, carregue-a dois quilômetros” (Mateus 5). Evidentemente, pura utopia. Porque soldados são treinados para matar. Matam porque existe o mal. E o mal reina “porque é do coração que vêm os crimes de morte” (Mateus 15). Por isto então, o jeito divino para um mundo melhor: “Eu lhes darei um coração novo” (Ezequiel 11). Loucamente, Deus não elimina o hospedeiro do mal. Até porque não sobraria ninguém para contar a história.
Marcos Schmidt
                     pastor luterano 
fone (51) 8162-1824
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
5 de maio de 2011

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