No último dia 08 de Março, Cleber Benvegnú escreveu um artigo no Zero Hora sobre a retirada de crucifixos de prédios públicos. Vale a pena refletir...
A militância anticristã está em festa. Solta foguetes nas redes sociais. O Tribunal de Justiça gaúcho, acatando pedido da Liga Brasileira de Lésbicas, mandou retirar crucifixos dos seus prédios. A decisão busca justificativa na laicidade do Estado. Todavia, estamos diante de um fenômeno cada vez mais recorrente: a cristofobia ou a crucifixofobia.
Senão, por que tanta implicância com a imagem do Cristo crucificado? Por que incomoda a ponto de virar prioridade do Tribunal? Que inibição pode causar sobre aqueles senhores da lei? E sobre as partes?
Transformar a retirada de crucifixos em uma causa existencial é típico preconceito disfarçado de pluralidade. Tendências semelhantes estiveram na gênese dos regimes mais abomináveis que existiram. Quando essa porteira se abre, por ela passam muitas outras medidas inibidoras da riqueza religiosa - histórica e cultural - da população, sempre com um disfarce bem costurado ao politicamente correto.É a mesma vertente que quer restringir o exercício da fé apenas e tão somente ao interior dos templos, bem escondido - como se fosse uma debilidade mental perniciosa à "sociedade racional".
Exatamente porque o Estado é laico, que os crucifixos não deveriam ser retirados. Porque laicidade significa respeitar a livre fruição religiosa. Note-se que há uma carga de ativa negação na decisão dos magistrados, algo que gera clara mensagem pública.
Ora, os crucifixos já estão ali, por decorrência histórica e social, sem que uma lei obrigasse a isso. Não há ofensa, inibição ou ferimento da crença alheia. Agora, porém, com esse ativismo destrutivo, o Estado manda derrubá-los - e, aí sim, fere a Constituição e desrespeita o Cristo, em símbolo, no qual 90% da população brasileira tem fé.
É um precedente para o perigoso dirigismo estatal sobre as manifestações religiosas do povo. Ao deus-Estado se delega o direito de decidir, até mesmo, sobre o que, onde e como exercer a religião.
O Estado é laico, não anticristão, não ateu. Ou também vão mandar derrubar a deusa Themis do Palácio da Justiça? Ou o Cristo Redentor do Rio de Janeiro? [grifo nosso].
No lugar de Cristo, eis que agora as paredes da Justiça gaúcha terão um branco, um vazio. Não é possível disfarçar o que está evidente: isso não é laicidade, é ateísmo anticristão mesmo - uma ditadura cultural que avança a passos largos em nossos dias. Já levava consigo uma montoeira de inocentes úteis. Agora seduz também doutores bem formados.