Dias atrás foram divulgados os dados religiosos do IBGE coletados em 10% dos questionários. Os números podem não corresponder à realidade, mas de alguma forma revelam que vivemos num país cada vez mais diversificado nas questões de fé, configurando um cardápio bem variado no mercado religioso – igual a um Buffet de restaurante. A Igreja Católica representava 64,6% dos brasileiros em 2010 – 123 milhões de pessoas. As Igrejas Evangélicas, 22,2% – 42,3 milhões de pessoas. Fora do cristianismo, o censo indicou que 3,2 % eram de outras religiões, 2% do espiritismo, e 8% sem religião – entre estes, 615 mil ateus declarados.
Os números dizem que o Brasil é nominalmente 86,8% cristão. Mas, será que tais algarismos correspondem à realidade? Apesar das diferenças entre as diversas igrejas, ser cristão pressupõe acreditar nos ensinos fundamentais da Bíblia: no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, na divindade de Jesus, no perdão dos pecados através do sacrifício de Jesus, na ressurreição dos mortos, na vida eterna, no amor a Deus e ao próximo, enfim, naquilo que é a base da fé cristã. Mas, ser cristão é essencialmente viver como tal, já que a fé sem obras é morta, segundo o apóstolo Tiago. E aí começa a ruidosa contradição apontada por não cristãos e ateus. Se somos um país majoritariamente cristão, não deveria existir mais justiça, honestidade, moralidade, amor, misericórdia? Sem dúvida, está faltando conexão, coerência, prática...
Se bem que o cristão, em sua essência natural, é igual a qualquer outro religioso ou não religioso: pecador e cheio de defeitos. Mas, pelo fato de ter “o Espírito de Deus que produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade” (Gálatas 5.22,23), então alguma coisa está errada na cristandade brasileira. Quem sabe, antes de olhar pela janela, melhor mesmo é colocar-se na frente do espelho – uma recomendação do próprio Senhor Jesus.
Escrito por Marcos Schmidt
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