quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DEDO NA FERIDA


Uma prima minha foi mordida por um cachorro, que causou ferimentos em sua mão. Mas fiquem tranquilos, não era nenhum pitbull, mas apenas um cãozinho que surrado por cães maiores fugiu e acabou atropelado. Diante de tanta desgraça minha caridosa prima tentou ajudá-lo, cuidá-lo, mas o pequeno tascou os dentes.

Essa cena mostra que é efetivamente complicado colocar o “dedo na ferida”! Em todas as profissões há os que preferem deixar os “cãozinhos” morrerem do que colocar o dedo na ferida para ajudar. Isso é trágico, especialmente no quesito espiritual. Somos chamados a proclamar arrependimento para o perdão dos pecados, ainda que aqueles a quem tentamos ajudar responderem com mordidas.

João Batista, profeta de Deus, proclamava arrependimento! Foi “mordido”, ou melhor, decapitado por ordem do rei Herodes, mas cumpriu sua função e foi considerado, pelo próprio Jesus, o maior dentre os nascidos de mulher.

No sepultamento do arquiteto Niemeyer, um pastor preferiu ser politicamente correto e não cumpriu sua função de profeta. Tanto que em sua palavra, colocou o convicto ateu Niemeyer no Céu. Uma incoerência, como escreveu um teólogo de Maceió, AL, chamado Márlon Hüther, afinal, não é qualquer um que será salvo. Digo qualquer um, porque diante da morte todos são nivelados: não existe arquiteto, engenheiro, pedreiro ou servente. Esta é a base diferencial do cristianismo, resumida nas palavras de Jesus são: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11.25). Não é para qualquer um, mas é para qualquer um que crê, tem fé!

A fé salvadora é um milagre divino! Não é fruto de raciocínio e inteligência humana (Ef 2.8-9). Se bem que, por análise, podemos deduzir a existência de um Ser Superior. Pois se olhamos as obras de Niemeyer, podemos reconhecer os traços artísticos. Igualmente se observamos o sol, a lua, as estrelas e todo o sistema de nosso Universo, reconhecemos os traços inteligentes e coerentes de um Arquiteto Maior! Mas a fé é a certeza de fatos que não se veem (Hb 11.1), é uma confiança infantil, um pulo no escuro, onde mesmo no vale da sombra da morte, sabemos que cairemos e acabaremos nos braços do Pai Celeste, no Céu, onde vamos ver a mão dAquele que tem cicatrizes de uma crucificação, pois veio ao mundo no primeiro Natal, nascendo como um de nós, para que com sua própria vida e sangue, colocasse um curativo sobre a ferida do pecado e da própria morte.


Ismar L. Pinz


Comunidade Luterana Cristo Redentor

Pelotas, RS.
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