Mesmo aqueles brasileiros que não gostam de futebol, quando
a seleção amarelinha entra em campo, a maioria vira torcedor. Somos conhecidos
lá fora como um povo apaixonado por futebol. Mas a Copa do Mundo em nosso país
está mudando radicalmente esta característica. Radicalmente mesmo. Penso que a
maior vergonha nem é perder a taça ou não conseguir oferecer aos milhares de
estrangeiros bons hotéis, aeroportos, locomoção e toda a infraestrutura
necessária. Eles sabem que somos atrasados nisto e não adianta esconder os
nossos desatinos administrativos e corrupção política. Até é bom que saibam
disto. Acredito que a maior vergonha para nós brasileiros é o radicalismo dos
protestos durante a Copa que pode ser manchete nos jornais do mundo inteiro. É
contra este fanatismo que precisamos jogar, fazer gol, ser campeão.
“Fanático” vem do termo latino "fanum" -
templo. É aquele que não sai do templo. Profano vem de "pro fanum" -
fora do templo, aquele que não entra no templo. Tanto o fanático como o profano
comentem exageros, extremos, excessos. Isto se vê na religião, na política e no
futebol, e por isto o ditado que estas coisas não se discute.
Dentro da igreja nem o fanático, nem o profano são bem
vindos. São dois extremos que não colaboram para a harmonia e a saúde do corpo
de Cristo.
Vale
dizer que este jogo contra o fanatismo é uma das principais atitudes cristãs. A
Bíblia recomenda: "Fique longe das discussões
tolas e sem valor, pois você sabe que elas sempre acabam em brigas. O servo
do Senhor não deve andar brigando, mas deve tratar todos com educação. Deve ser
um mestre bom e paciente" (2 Timóteo 2.23,25). O apóstolo Paulo,
nesta mesma carta, até compara a vida dele com uma competição esportiva:
"Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. E
agora está me esperando o prêmio da vitória (...) que o Senhor, o justo Juiz,
me dará" (4.7,8). Diante disto, contra ou a favor da Copa, contra ou a
favor do governo, cabe cumprir o mandamento bíblico: "Recebam bem os
estrangeiros nas suas casas" (Romanos 12.12). Que Deus nos livre do
fanatismo e da profanação.
Neste mês de
Junho em que comemoramos os 110 anos da IELB, vamos ser cristãos luteranos,
vivendo a fé ativa no amor de Jesus Cristo, participando, testemunhando e
proclamando a salvação pela graça a muitas pessoas.
Pr. Marcos Schmidt
Adaptado pelo Pr. Erno
Kufeld
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